São muitas as coisas em nós das quais podemos dizer que poderiam ser melhores, porém parecer melhor não significa ser ou estar perfeitos. Lembro-me de um episódio que me encantou por toda a minha vida... Estava eu passeando por minha cidade, uma cidadezinha do interior, quando encontrei um pequeno casebre escondido no meio da mata. Ao aproximar-me vi um senhor, já bem velho, mas muito habilidoso, suas mãos rápidas esculpiam belíssimas peças de argila e aquele ambiente era realmente encantador.
- Deseja comprar algum de meus vasos? Perguntou o senhor.
- Estou sem dinheiro, não poderia comprá-las.
Ele como um experiente e atencioso negociante continuou: o dinheiro não é o mais importante, para mim o que vale é ver mais um freguês passando por aqui e saindo satisfeito.
Comecei a olhar timidamente aquelas peças, escolhi a menor, a menos expressiva, a mais barata, embora tenham sido os mais belos a me chamar a atenção. Ele percebendo meu constrangimento sorriu e com um jeito bem carinhoso, saiu da sala sem dizer-me nada, logo voltou trazendo em suas mãos uma caixa de madeira com pequenas pedras brilhantes cravadas nela.
- Como é a primeira vez que você me visita te darei um presente, disse o senhor.
Ao abrir a caixa, mais constrangido do que no inicio da conversa encontrei um pequeno vaso rachado com aparência antiga, mas muito bem cuidado. O senhor me disse:
este é um precioso jarro, pra falar a verdade é o mais precioso que já fabriquei, fiz todos os outros inspirados nele; depois de muito tempo você é o primeira pessoa que me visita, por isso tenho ainda tantos vasos pra vender.De repente você volta aqui um outro dia pra conversarmos, bater um papinho, tomarmos um café...
Aqueles vasos grandes e bonitos não eram os mais valiosos, talvez fossem os mais caros, mas não os mais valiosos!
Em nosso interior existem vasos belíssimos, ornados de todo encantamento e utilidades, mas como os vasos daquele senhor, talvez poucas vezes os visitemos. Hoje queremos olhar para dentro de nós percebermos o que há de rachado em nosso interior, pois o mais belo está escondido, precisamos ser remodelados pelas mãos do ‘Senhor’ para que assim os nossos cacos sejam unidos e aperfeiçoados por Aquele que está pronto para nos ornar com sua santidade.
Não precisamos nos achar os mais belos, os mais caros e sim reconhecermos que somos pequenos jarros rachados, mas guardados na envolvente mão de Deus.
Alixandre Rodry
que historia linda, héim?
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