terça-feira, 13 de setembro de 2011

Homenagem à Almofala


Guerreiros Tremembé
 Filipe Cavalcante

Grandes guerreiros da nação dos Tremembés,
filhos da mata que viveis pelo sertão,
irmãos dos bichos desta terra,
 homens temidos pela guerra,
que sempre, livres, habitastes este chão.

Eis que ressoa em toda tribo,
e bem sabeis dos homens brancos
que vieram-nos de lá do mar.
Notando a cor ali, pensamos virem de Jaci,
porém batalham pela parte de Anhangá.

Mandu me chamo, sou guerreiro Cariri.
Ainda novo, curumim, eu fui levado
pra viver entre a estranha gente,
 e me quiseram fazer crente
na fé na qual por seus pajés fui ensinado.

Pregam amor na sua crença,
mas só levam o desespero
ao sertão todo aonde passam.
Por muito tempo fui servindo os
homens que iam destruindo .
Glória não, só ouro caçam.

O arco guerreiro que despede flechas firmes,
flechas em cujas pontas antes iam a morte,
não pode agora mais vencer,
 esse inimigo mais conter,
que tem um raio contra nós muito mais forte.

Eu vi tacapes que já foram tão temidos,
que já guiaram à vitória em tanta guerra,
serem partidos nessa luta.
 Esses que a morte não enluta
não seguem leis, e matam só pra ter a terra.

Grande nação dos Tremembés, ouvi-me, pois!
Vislumbro ainda uma esperança no amanhã.
Se nos unirmos todos nós da larga costa,
os Manitós todos conosco vão,
e guiando vai Tupã!

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